Percepção Subjetiva de Esforço (PSE): método de monitorização da intensidade de treinamento no futebol universitário
- Neves, Elizabeth Lima Amaral (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM);
- Trindade, Nathália Prado (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM);
- Artmann, Kelin Streb (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM);
- Ficanha, Elidiane Emanueli (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM);
- Lanferdini, Fábio Juner (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM);
- Laporta, Lorenzo Iop (Universidade Federal de Santa Maria - UFSM).
A Teoria dos Sistemas Dinâmicos entende o comportamento humano, incluindo o desempenho esportivo, como resultado da interação complexa entre múltiplos fatores. Assim, o presente estudo analisou o uso da Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) como ferramenta de monitoramento da intensidade de treinamento em uma equipe universitária masculina de futebol. O objetivo foi comparar a PSE geral coletada junto aos atletas (PSE-G) com a PSE estimada pela comissão técnica (PSE-E), verificando discrepâncias que pudessem orientar o planejamento. Participaram do estudo 28 atletas, acompanhados durante 15 semanas de pré-temporada, totalizando 28 sessões de treino e 624 respostas de PSE. Após cada sessão, os jogadores responderam individualmente à escala CR10-Borg, 30 minutos pós término. A comissão técnica, estipulava previamente a PSE de acordo com a natureza e intensidade do treino. Os dados foram apresentados por estatística descritiva, e as diferenças entre PSE-G e PSE-E foram analisadas pelo teste t pareado de Student (p < 0,05) e tamanho de efeito (Cohen’s d). Os resultados mostraram média de 6,04 (DP = 0,85) para a PSE-G e 6,21 (DP = 0,88) para a PSE-E, diferença significativa (t(27) = -3,124; p = 0,004; d = -0,59). Assim, os atletas perceberam menor esforço do que o planejado. Conclui-se que a PSE é ferramenta acessível, prática e eficaz no futebol universitário, favorecendo o monitoramento individual da carga. Recomenda-se, contudo, sua associação a métodos objetivos e maior formação prática da comissão técnica.