MINI HANDEBOL: PROPOSTA PARA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
- Mendonça, Grégori Adornes de (UFSM)
- Costa, Leandra Costa da (UFSM)
A Educação Física (EF) é considerada uma disciplina obrigatória da Educação Básica (EB), desde 1996, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). O principal regulador dos conteúdos da EF na EB é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), que propõe Competências e Habilidades para Unidades Temáticas (UT) que são divididas em Objetos de Conhecimento (OC). Dentre tantos esportes que prevalecem nas práticas corporais da EF, um é o Handebol, que está previsto na BNCC na UT Esportes, no OC Esportes de Invasão para as turmas do 3º ano ao 9º ano da EB. O Handebol demanda consideráveis capacidades motoras e cognitivas para o ensino, necessita de estratégias alternativas, principalmente com os anos iniciais do ensino fundamental (Franke, 2018). Historicamente, foi criado na Alemanha, datado de 1895, inicialmente com 11 jogadores, o qual progrediu para 7 jogadores, uma quadra de 40x20, tendo como principal objetivo pontuar, deslocando a bola para a quadra adversária, sendo um jogo mais desenvolvido para adultos (Zambin et al. 2016). Neste contexto, o objetivo deste estudo foi investigar sobre o mini handebol, sobre seu desenvolvimento e seus potenciais para o seu ensino nos anos iniciais do ensino fundamental. Neste sentido, foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo do tipo bibliográfica. Para tanto, foi utilizado a SciELO, ERIC, SPORTDiscus, LUME, SCOPUS, Portal de Periódicos da CAPES e o livro que regulamentou o mini handebol, com o descritor “mini handebol”, no intervalo de 1975 a 2025. Foram excluídos os materiais que não tratavam sobre a proposta do mini handebol, considerando o título, as palavras-chaves e o resumo. Como resultado do levantamento para este resumo, encontrou-se um livro sobre o tema e um artigo que discute sobre a importância desta estratégia como forma de ensino e extensão. Partindo de Abreu et al. (2024), o mini handebol consiste numa estratégia didática de handebol para crianças de 5 a 10 anos de idade, criado em 1975, com regras e materiais adaptados para esta faixa etária, como o tamanho da quadra, a trave, as bolas, regras e a composição dos times, se tornado uma excelente estratégia para o desenvolvimento físico-motor, cognitivo e socioafetivo dos anos iniciais do ensino fundamental. Pertinente destacar, que este desenvolvimento promove melhoria principalmente para as meninas, de acordo com Nicolini (2021), que destaca a aproximação e a superação das habilidades das meninas em comparação aos meninos com este jogo, nestas faixa etárias. Esta proposta de ensino, mesmo com grandes adaptações, ainda terá algumas dificuldades, como visto em Laat et al. (2011), que fizeram uma intervenção de mini handebol em uma da cidade de Irati-PR, que contou com cerca de 120 crianças no evento. Conforme o referido autor, as maiores dificuldades foram verificadas no que tange ao desenvolvimento das habilidades motoras para o jogo ou receio de errar, mesmo tendo outros colegas praticando e se divertindo. Outro destaque foi a falta de adaptação para os alunos com alguma deficiência que também tiveram mais dificuldade na implementação do jogo. Portanto, com poucas produções, ainda é um desafio para o ensino do handebol, a utilização do mini handebol como estratégia de ensino para possibilitar grandes oportunidades de iniciação ao esporte e aprendizagem.
Palavras-chave: Educação Física, Ensino, Mini handebol.
Referências:
ABREU, Diego Melo et al. Mini-Handebol Brasil. 4° Edição. São Paulo: Confederação Brasileira de Handebol, 2024. 208 páginas. Disponível em: https://www.minihandebol.com/biblioteca . Acesso em: 30 ago. 2025.
DE LAAT, E. F.; DACIUK, M.; GORSKI, G. M.; FUNEZ, L. B. Contribuições do projeto de extensão “festival de mini-handebol” na formação dos acadêmicos do curso de Educação Física. Conexão UEPG, Ponta Grossa, v. 7, n. 1, p. 80–87, jan./jun. 2011. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4871897 . Acesso em: 30 ago. 2025.
FRANKE, Rodrigo A. Metodologia do handebol. Porto Alegre: SAGAH, 2018. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595026735/. Acesso em: 2 set. 2025. ISBN 9788595026735.
ZAMBRIN, L. F.; PALUDO, A. C.; SANTOS, O. de S. P. M. dos; OLIVEIRA, S. R. de S.; SIMÕES, A. C.; SERASSUELO JUNIOR, H. Análise do comportamento competitivo de atletas jovens e adultos de handebol. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 505-513, abr./jun. 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1807-55092016000200505. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-55092016000200505. Acesso em: 27 ago. 2025.
NICOLINI, Daniela Cardoso. Comparação e associação de parâmetros de saúde física, mental e social de crianças praticantes do mini-handebol: variáveis do modelo conceitual da alfabetização física. Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.