Resumo: O envelhecimento populacional impõe desafios à promoção da saúde, à inclusão social e à valorização da velhice como etapa significativa da vida. Nesse cenário, as Universidades da Terceira Idade configuram-se como estratégias de educação continuada que estimulam o envelhecimento ativo, fortalecem a autonomia e atribuem novos sentidos existenciais. Este estudo qualitativo teve como objetivo compreender as motivações, vivências e transformações percebidas por mulheres idosas participantes da UniSênior – Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Foram realizados dois grupos focais, com 20 mulheres entre 60 e 87 anos (média de 75), cujas falas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise temática. Emergiram cinco núcleos de significação: (1) motivações para o ingresso, ligadas à busca por pertencimento, autoestima e superação de perdas; (2) ressignificação do cotidiano e fortalecimento da autonomia, com organização temporal e sensação de liberdade; (3) reconstrução emocional e identitária, marcada pela superação da depressão e valorização da autoestima; (4) vínculos afetivos e redes de apoio, vivenciados como “família escolhida” e proteção contra a solidão; e (5) impactos da pandemia e reconexão com a vida, quando a universidade foi percebida como espaço de renascimento e cura coletiva. Conclui-se que a UniSênior atua como espaço de acolhimento, reconstrução subjetiva e fortalecimento da cidadania, contribuindo para a saúde emocional, a inclusão social e o protagonismo feminino na velhice.
Palavras-chave: envelhecimento ativo, educação continuada, mulheres idosas, inclusão social, universidade da terceira idade.